sábado, 29 de agosto de 2009

Tintos violinos

Soltem-se os tintos violinos,
As notas desalmadas
E os compassos apressados.

Que se afoguem os suspiros
D'almas lavadas em choro e,
Nesse uníssono de amor-ódio,
Matemos a besta!

Matemos a melodia que nos quer matar!
Matemos o tormento em sons agudos
Para que dele somente reste a memória.

Tons agitados, lentos, apressados, pausados, parados.

Nessa loucura sonora,
Dança o pecador,
Salva-se o culpado.

Silêncio.

Que se não julgue a doença, mas a cura.
Somente a cura, a origem de todo o tormento.

Silêncio.
Soltem-se os tintos violinos, matemos a besta!

5 comentários:

  1. Deslumbrantes palavras que soltas!

    P.S.: Eu sigo o mesmo caminho. Voltarei :)

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  2. E eu diria:

    Silêncio.
    Soltem-se os nossos íntimos desejos
    e, embebedemos em puro amor!

    Obrigado pela tua visita e comentário, só foi pena, então, não te teres registado como minha seguidora, pois, eu já te estou a seguir, ok!

    Qd poderes dá uma vista de olhos ao meu post "Devagar, devagarinho, parado...", que foi publicado no NS do Jornal de Notícias e Diário de Notícias e, comenta a tua verdade.

    Beijinhos,
    CR/de

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  3. brigada pela visita e pelo comentário..
    Pelo que entendi, é uma letra, não ??

    beijos, volte sempre!

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  4. "Que se não julgue a doença, mas a cura.
    Somente a cura, a origem de todo o tormento."

    Estes versos gelam-me o espírito.

    Não esqueçamos que a doença é o subjectivo. E que a cura é, por vezes, a imposição dos poderosos.
    Não esqueçamos que a loucura (e agora atento a outro post deste blogue) é vista como doença... mas não será a sua cura, o verdadeiro acto de insanidade?

    Sim, "matemos a besta" antes de nos tornarmos nela.

    Belíssimo registo, incrível composição!

    Parabéns!

    (já tinha saudade do blog)

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  5. Ufa.. até que enfim, eheh..

    Seja bem vinda e toca a colocar mais alguns post´s no teu blog, sim!

    Bjs,
    CR/de

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