O Louco cai na dúvida
Afinal, se nao sabemos o que somos
Sabemos cada vez melhor o que não somos.
Foge. O Louco foge.
Foge do pronto a pensar
E encontra o inverso do saber.
É o preço da liberdade!
Recusa-se a compreender futuro
Em beneficio de presente.
Duvida. O Louco duvida.
Duvida do ser e do estar,
Do ínicio e do fim.
Joga com incertos dados viciados
E ganha.
Ganha sempre.
O Louco teme.
Teme a verdade e sua falta,
Mergulhando cegamente
Na imprudência de a achar.
Quase-preto no quase-branco,
O Louco sabe-a.
"Nenhuma das religiões tradicionais me parece ter o monopólio da verdade."
(Hubert Reeves)
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
sábado, 29 de agosto de 2009
Tintos violinos
Soltem-se os tintos violinos,
As notas desalmadas
E os compassos apressados.
Que se afoguem os suspiros
D'almas lavadas em choro e,
Nesse uníssono de amor-ódio,
Matemos a besta!
Matemos a melodia que nos quer matar!
Matemos o tormento em sons agudos
Para que dele somente reste a memória.
Tons agitados, lentos, apressados, pausados, parados.
Nessa loucura sonora,
Dança o pecador,
Salva-se o culpado.
Silêncio.
Que se não julgue a doença, mas a cura.
Somente a cura, a origem de todo o tormento.
Silêncio.
Soltem-se os tintos violinos, matemos a besta!
As notas desalmadas
E os compassos apressados.
Que se afoguem os suspiros
D'almas lavadas em choro e,
Nesse uníssono de amor-ódio,
Matemos a besta!
Matemos a melodia que nos quer matar!
Matemos o tormento em sons agudos
Para que dele somente reste a memória.
Tons agitados, lentos, apressados, pausados, parados.
Nessa loucura sonora,
Dança o pecador,
Salva-se o culpado.
Silêncio.
Que se não julgue a doença, mas a cura.
Somente a cura, a origem de todo o tormento.
Silêncio.
Soltem-se os tintos violinos, matemos a besta!
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